Meditação alusiva às Dores de Maria- IV Domingo da Quaresma

 


Proferido pelo Papa Júlio no Santuário de Nossa Senhora do Rosário em 14 de março de 2021

Quarto domingo da Quaresma, Domingo das Dores!

Com a liturgia deste Domingo Laetare, alegramo-nos no Senhor pela promessa da salvação, pois “Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. Nesta nossa caminhada quaresmal com Cristo, rumo a páscoa, também vemos novamente o Bom Jesus que sinalizava aos seus discípulos sobre os suplícios que deveria enfrentar por amor de nós: “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”. O Filho do homem será levantado no madeiro da cruz, que tornar-se-á não mais sinal de morte, mas sinal de vida, pois por sua cruz, nós fomos salvos.

Com esta celebração, também iniciamos nossa Comemoração de Passos, voltando hoje nosso olhar para a Virgem das Dores. Maria, a fiel serva do Pai, que nunca traiu seu SIM confiante dado a Deus, acompanha seu filho até o momento crucial de nossa história. Ela o acompanha na Via dolorosa, não como as mulheres que lamentavam escandalosamente. Ela o acompanha não como o Cirineu, que foi obrigado a ajudar seu filho. Ela o acompanha não como os discípulos de seu filho, que fugiram amedrontados. Ela o acompanha, não como os curiosos ou os incrédulos, que zombavam dele. Mas ela o acompanha serena e calma. De forma poética, o evangelista deixa registrado: “junto à cruz de Jesus estava de pé, a sua mãe!” De pé como quem confia e entende que os desígnios de Deus são maiores que os nossos. Aquela espada de dor predita pelo Profeta anos antes, se cumprira. Maria vai com Jesus até o altar do calvário para o imolar, como o Cordeiro Divino que lava os pecados da humanidade.

Na via dolorosa, precisamos aprender a ser mais como Maria. Não nos desesperemos frente ao sofrimento. Mas também não nos conformemos com a injustiça. O silêncio de Maria é agora uma advertência a todos nós: Foi por nós que o Bom Jesus aceitou, de livre vontade, a cruz redentora. E nós, com nossos erros, nossas omissões, nosso comodismo, nossa vaidade, continuamos, diariamente, a condená-lo. “A luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más”. Ao caminhar com Maria, saibamos acolher a luz que é Jesus, sendo fiéis ao seu mandamento, permanecendo de pé, junto à cruz!


Salve, ó Cruz, única esperança,

Neste tempo da Paixão!

Na glória deste triunfo

Aumenta a graça aos que oram,

E apaga os crimes dos sentenciados.

 

A ti, Trindade, fonte de salvação

Louvem todos os santos:

Aqueles que salvas pelo mistério da cruz

Favorece pelos séculos.

Amém!

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